quinta-feira, 14 de março de 2013

O nosso controvertido e brilhante Cazuza





Cazuza encerra o símbolo de muitos jovens da década de 80. Claro que nele havia a inspiração profunda de uma geração ansiosa até hoje numa procura incessante. Sua insatisfação estava em sempre querer mais buscando na própria inspiração lenitivo que nunca viria porque sua criatividade aumentava extraordinariamente.

         Lutou incessantemente para mostrar o que ia dentro de sua alma e o primeiro disco que lançou foi reconhecido: Entre as músicas  “Tudo que houver nessa vida”, agradou muitíssimo a toda a classe artística. Nesse momento não era apenas o cantor, mas um poeta  mostrando as suas potencialidades, abrindo o caminho e demonstrando um valor que ele desbravara pelos caminhos.

Não foi tão fácil assim o início de sua estrada, mas o talento estava ali, faltando apenas que se mostrasse em sua plenitude. Seu segundo disco, embora bastante vendido não fez tanto sucesso como o primeiro. Mas o repertório bem escolhido manteve o entusiasmo do público

Foi quando iniciou sua carreira solo que se mostrou mais vibrante e que o verdadeiro sucesso começa a chamar a atenção do mundo artístico. Ao lado do início de sua apoteose, ele se certifica que estava com o tenebroso vírus da Aids e faz exames para confirmar o que  já pressentia. Um longo caminho de sofrimentos e glórias.

E então quando obtém essa confirmação, anuncia claramente numa revista que está com a doença que principalmente naquela época era fatal, sofrida, discriminada e dolorosa.

 No momento quero falar um pouquinho desse artista extraordinário que não arrefeceu com a certeza da doença fatal e continuou, aí compulsivamente a criar com mais garra algo que parecia extravasar de sua alma saindo por todos os poros como se não pudesse mais parar. Era uma figura controvertida, justamente pelo excesso de talento que não podia conter naquele final de sua curta vida.

Seu disco “ideologia” em que se solta  e admite a morte e seus caminhos e fala de problemas sociais vibra ainda mais sua carreira e enquanto subia em glória artística e demonstrava seu genial valor, sua saúde decrescia, com melhoras oriundas até mesmo do fim que estava chegando. Recebe o prêmio Sharp como melhor cantor de pop-rock.

A aparição de Cazuza em público no final de sua vida fazia o povo delirar e em um show na rede Globo cantando uma música de sua autoria, já muito mal e em cadeiras de rodas levou todo o Brasil às lágrimas.

Morreu aos 32 anos depois de uma vida breve, mas incessante, intensa, produtiva, sofrida e fulgurosa, expandindo controvertidamente lirismo, amor, protesto,verdade, talento fascinantemente questionado e valor incontestável. Mais do que se tivesse vivido 80 anos e deixando o seu trabalho e composições, sua idéias e anseios que nunca realmente morrerão.
Vânia Moreira Diniz

Um comentário:

  1. Vânia querida,só um olhar poético para tão bem transcorrer sobre esta potencia de vida, abraço afetuoso de tua leitora e manamiga, virgínia vicamf NH, RS BR

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