Cazuza encerra
o símbolo de muitos jovens da década de 80. Claro que nele havia a inspiração
profunda de uma geração ansiosa até hoje numa procura incessante. Sua
insatisfação estava em sempre querer mais buscando na própria inspiração
lenitivo que nunca viria porque sua criatividade aumentava extraordinariamente.
Lutou incessantemente para mostrar o
que ia dentro de sua alma e o primeiro disco que lançou foi reconhecido: Entre as
músicas “Tudo que houver nessa vida”,
agradou muitíssimo a toda a classe artística. Nesse momento não era apenas o
cantor, mas um poeta mostrando as suas
potencialidades, abrindo o caminho e demonstrando um valor que ele desbravara
pelos caminhos.
Não foi tão
fácil assim o início de sua estrada, mas o talento estava ali, faltando apenas
que se mostrasse em sua plenitude. Seu segundo disco, embora bastante vendido
não fez tanto sucesso como o primeiro. Mas o repertório bem escolhido manteve o
entusiasmo do público
Foi quando
iniciou sua carreira solo que se mostrou mais vibrante e que o verdadeiro
sucesso começa a chamar a atenção do mundo artístico. Ao lado do início de sua
apoteose, ele se certifica que estava com o tenebroso vírus da Aids e faz
exames para confirmar o que já
pressentia. Um longo caminho de sofrimentos e glórias.
E então quando
obtém essa confirmação, anuncia claramente numa revista que está com a doença
que principalmente naquela época era fatal, sofrida, discriminada e dolorosa.
No momento quero falar um pouquinho
desse artista extraordinário que não arrefeceu com a certeza da doença fatal e
continuou, aí compulsivamente a criar com mais garra algo que parecia
extravasar de sua alma saindo por todos os poros como se não pudesse mais
parar. Era uma figura controvertida, justamente pelo excesso de talento que não
podia conter naquele final de sua curta vida.
Seu disco
“ideologia” em que se solta e admite a
morte e seus caminhos e fala de problemas sociais vibra ainda mais sua carreira
e enquanto subia em glória artística e demonstrava seu genial valor, sua saúde
decrescia, com melhoras oriundas até mesmo do fim que estava chegando. Recebe o
prêmio Sharp como melhor cantor de pop-rock.
A aparição de
Cazuza em público no final de sua vida fazia o povo delirar e em um show na
rede Globo cantando uma música de sua autoria, já muito mal e em cadeiras de
rodas levou todo o Brasil às lágrimas.
Morreu aos 32
anos depois de uma vida breve, mas incessante, intensa, produtiva, sofrida e
fulgurosa, expandindo controvertidamente lirismo, amor, protesto,verdade,
talento fascinantemente questionado e valor incontestável. Mais do que se
tivesse vivido 80 anos e deixando o seu trabalho e composições, sua idéias e
anseios que nunca realmente morrerão.
Vânia Moreira Diniz
Vânia Moreira Diniz
Vânia querida,só um olhar poético para tão bem transcorrer sobre esta potencia de vida, abraço afetuoso de tua leitora e manamiga, virgínia vicamf NH, RS BR
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