terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Estou saindo de férias

 

Amigos,
Estou entrando de férias. Só recomeçarei no mês de fevereiro.

O ano inteiro foi cheio de eventos e estive presente em praticamente todos representando a Academia de Letras do Brasil –DF e a mim mesma como escritora e poeta. Além disso estive em todas as reuniões necessárias para o aprimoramento de nossa classe e para  que a profissão de escritor seja respeitada em nosso país. O trabalho foi intenso.Isso realmente me deu grande prazer.

Ao lado disso tive algumas perdas dolorosas de pessoas que amo muito e alguém que ainda se recupera de uma doença grave.

Isso tudo abala emocionalmente. Mas tive uma grande comemoração entre as pessoas de minha família. Meu marido e eu completamos 50 anos de casados no dia 23 de dezembro  e foi uma
emoção que festejamos apenas com a família e cujas fotos em breve , depois de organizá-las mandarei para vocês.

Íamos realizar uma grande festa convidando todos os amigos, mas resolvemos fazer um belíssimo Jantar apenas com a família para não desrespeitar   a partida dessas pessoas queridas.
Foi lindíssimo e emocionante.

Aproveitarei essas férias para passear, trabalhar no livro que pretendo editar antes da Feira do Livro  e também fazer algumas publicações em meu blog pessoal Ressurgindo (http://ressurgindo.blogspot.com)e correções de links e outras coisas que precisam ser revistas no Portal Vânia Diniz.(http://www.vaniadiniz.pro.br)

Agradeço a todos o brilhantismo desse ano de 2011, a colaboração, o carinho, a amizade, a preocupação e o talento expresso em suas colunas no Portal VMD e também em outros espaços maravilhosos da internet e fora dela.

Desejo também agradecer os portais que me publicam e que constituem  para mim motivo de satisfação imensa. Muito obrigada pelo carinho, pelos prêmios  pelo reconhecimento.

Quando voltar mandarei um relatório de tudo que foi realizado literária e artisticamente nesse ano que está chegando ao fim e que a ALB deu apoio ou promoveu.
Os meus dias de descanso não impedem de responder com alegria os emails particulares.

Até breve, meus queridos amigos. Vocês todos estão no meu coração.

Agradeço ao Dr. Mário Carabajal  Presidente da ALB Nacional a confiança que deposita em mim e no meu trabalho.

Agradeço especialmente à minha mana Cristina a parceria, ternura, estímulo e muito amor desde que éramos pequenas.

Agradeço também às minhas filhas,netas e bisneta, especialmente ao meu marido a compreensão de me ver trabalhando intensamente
às vezes nas horas de nosso  lazer e me acompanhar em todos os momentos.
Abraços

domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal

Tomo a liberdade de postar no Blog de minha irmã:




Falo do Natal e não pretendo cair em palavras, há muito ditas, sentidas, vividas, embora não saiba que o consiga.

Falo do Natal de hoje, em que o Menino Jesus nasce no coração de cada ser humano, embora muitas vezes, nem acreditem.

Falo do Natal da busca de Deus, não importam os caminhos. Todos nos encontraremos diante Dele, um dia, embora muitas vezes peguemos atalhos diferentes.

Falo do Natal de hoje, em que não valorizo regras humanas para a Ele chegar. Apenas sinto-Lhe a brisa suave de Sua presença.

Falo do Natal de todos nós, que temos esperanças de um mundo melhor, mais ameno, menos competitivo, menos consumista, menos egoísta, menos sofredor.

Falo do Natal dos idosos que apenas esperam um gesto amigo e acretitam que mais cedo ou mais tarde isto acontecerá.

Falo do Natal das crianças pobres, daqueles abandonados pelas ruas, dos que têm pouco a comemorar neste mundo, mas ainda assim olham  para o céu numa vaga esperança de um socorro.

Falo do Natal que já perderam as esperanças e com os quais temos então uma responsabilidade ainda maior.

Falo do Natal dos que choram, dos que têm saudades, dos que não sonham, dos que têm fome, frio e muitas outras carências.

Falo do Natal dos que sofrem injustiças, daqueles que a sociedade os torna diferentes, dos que não acreditam numa continuidade, melhor e me que as afetividades se fazem de forma autêntica e  profunda.

Falo do Natal dos inocentes, que apenas adentraram este mundo ou daqueles que já o estão abandonando.

Falo do Natal de todos, que serão abrigados, recompensados, acariciados por um Deus que está longe do que nem podemos imaginar.

Falo do Natal de pessoas que desejaria abraçar mas que encontro barreiras físicas ou emocionais, motivos mundanos.

Falo do nosso Natal, início de uma etapa, renovação de nossas esperanças, construção, saudades, amor, sonhos, decepções, dor, alegria e tudo mais que está aninhado numa manjedoura e no coração infantil do Menino Jesus.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

De mãos dadas com você



A casa onde crescemos juntas na Rua
Barata Ribeiro- Copacabana- Rio de Janeiro


Texto dedicado à minha irma Cristina pelo dia do seu aniversário- 14 de dezembro

Sinto amor na recordação
daquele ano que me comoveu,
 enquanto ainda criança imaginava
vê-la, tê-la nos braços e sorrir.

Uma criança ia nascer brevemente
e enquanto eu fixava esperançosa,
a barriga de minha mãe durante meses,
sonhava com uma menina como eu.

Vivia cercada de meninos e queria
poder estar ao lado de alguém,
que entendesse o meu choro ou lágrimas,
mesmo que muitos anos nos separassem.

Quando anunciara que era uma menina,
meu coração vibrava tanto e tanto
que me fazia trêmula enquanto imaginava
e pedia que me levassem ao hospital.

Era você, minha mana e eu não acreditava,
Queria carregar, beijar, e poder embalá-la
mas meus braçinhos ainda eram frágeis
e todos me recomendavam cuidado.

Quanto de alegria eu curti naquele momento,
vi que a vida era mais bela do que sonhei,
Agradeci a Deus esse milagre e novamente
tudo parecia colorido, intenso e feliz!

Era você, minha mana que crescia rápido,
enquanto eu me tornava uma adolescente,
e de mãos dadas olhávamos o horizonte,
e de mãos dadas continuamos a sorrir e a chorar.

Vânia Moreira Diniz

Feliz aniversário, mana!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Até breve, primo Heliomar de Alencar Arraes

Cheguei do enterro de um primo muito querido, que me conheceu quando eu era ainda pequena e praticamente acompanhou minha trajetória através do contato que tínhamos.
Conheci  Heliomar na casa de meu avô que reunia jovens estudantes e discorria sobre todos os assuntos com sua grande sabedoria.
Nesse tempo eu era uma criança e ficava encantada com os debates que muitas vezes não compreendia, mas gostava de assistir.
Mais tarde quando já estava casada mudei-me para Brasília e pouco depois meu primo veio também com sua família por motivos de trabalho. Sua mulher e eu tornamo-nos muito amigas. Eloísa é uma mulher inteligente, bondosa, desprendida e houve uma empatia que perdura até hoje.
 Vi meus priminhos, Virgílio, Márcio e Fernanda que atualmente são adultos crescerem e meu marido e eu somos ligados profundamente à toda essa parte da minha família que só nos trouxe momentos de alegria nos encontros, no congraçamento, nos abraços saudosos e na acolhida maravilhosa que eles nos dão. São os únicos parentes que temos na capital além da família que constituímos.
Fico impressionada como somos imprevisíveis diante da finitude da vida. Se pensássemos mais nesse insondável mistério  haveria certamente um mundo mais compassivo, ameno, sem egoísmo , inveja ou outro sentimento negativo.
Vamos morrer um dia e não sabemos quando,  por que então  não curtirmos as alegrias, a companhia das pessoas queridas, os momentos em que  sentimos nossos irmãos de caminhada felizes e porque não compartilhamos com eles nossos momentos mais auspiciosos?
Heliomar era uma pessoa maravilhosa, incapaz de ofender quem quer que fosse, espirituoso  e vibramos  muitas vezes de seu modo de encarar a vida , de sua persistência e da cultura infindável que revelava em todos os assuntos  e isso porque a leitura era seu paradigma.
Digo isso não porque ele não está mais entre nós, mas  pela admiração que sempre nutri pelo meu primo. Quando menos se esperava se saía com uma frase e fazia rir todos que estavam perto dele. Não o fazia propositalmente,  porém com a naturalidade que lhe era inerente.
Encontrei no velório o irmão de Heliomar, Virgílio, que mora no Rio , que eu também admirei desde muito cedo e que foi músico do Conservatório Nacional de Música e continua a interpretar ainda hoje com seu maravilhoso violino. Recordo-me que eu ficava absorvida e fascinada quando o via tocar.
E como a vida nos separou tanto a ponto  de não vê-lo  durante tantos anos e só acontecer  esse encontro numa ocasião tão triste? Por que somos capazes de nos distanciar de pessoas que amamos e admiramos?
Para ilustrar o caráter de Heliomar as suas últimas palavras antes de entrar em coma  foi: “Obrigado por tudo! “
Vá, primo, sei que só poderá estar num lugar de muita paz e luz intensa, mas fique certo que todos que privaram de sua convivência sentirão muita falta de você. Até breve!
Vânia Moreira Diniz

NOITE LITERÁRIA 2


Criança lê prefácio? Partindo do princípio que os livros para crianças são escolhidos principalmente por adultos, atrevo-me a dirigir-me àqueles a quem cabe julgar uma leitura para um jovenzinho.
Aventurando-se na difícil tarefa de agradar aos exigentes pequenos leitores, Vania Diniz foi buscar na sua infância a inspiração mais legítima.

Suas histórias  revivem o mundo fantasioso que a cabecinha de uma menina teve o privilégio de criar.

A autora se permite filosofar através de Ciganinha, trazendo a interpretação infantil, no seu estado mais puro, dos conceitos recebidos de educadores, em especial de um avô idolatrado e de um pai amoroso.

O livro é, portanto, uma valorização de ensinamentos morais e aborda, com muita propriedade, o papel da família na formação de uma criança.

São muitos os exemplos a serem seguidos, na imagem da avó linda e culta, que entendia línguas, no do avô escritor, exigente e severo, mas carinhoso, no do pai que escutava todas as suas ponderações e que dava limites aos seus rasgos de generosidade, no da babá que a acordava de seus sonhos, sempre tolerante.

O imaginário de “Ciganinha” é sem limites e deixa a mensagem de que a criatividade merece um espaço fundamental na vida das crianças, posto que o sonho faz parte do idealismo que deveria ser incentivado. Infelizmente, o jovem de hoje está muitas vezes sujeito a condições precárias de vida, que o obrigam a enfrentar uma realidade dura, ou sufocado pelo excesso de tecnologia, motivos ambos responsáveis pelo bloqueio da criatividade.

A mistura da realidade com a fantasia tem um saldo positivo no sonho de Ciganinha de ser escritora e de crescer para ser levada a sério. Ir para a casa do avô venerado era prêmio, e dele veio a lição dos deveres e direitos que nortearam sua vida.


Na conturbação do mundo atual, onde a sociedade poucos bons exemplos transmite às suas crianças, o livro é um trabalho precioso que minha querida amiga Vania Diniz nos oferece, nessa abordagem de valores morais que todos deveriam se preocupar em resgatar.
Vania Diniz consagrou-se como autora de livros de prosa e poesia, dois deles recentemente publicados – “Pelos Caminhos da Vida” e “Pelos Caminhos da Alma” - além de um romance, e sua estréia com livros infantis merece nosso maior respeito.
Vania Serra Hoffmann
Escritora -Alemanha

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ESTRANHOS CAMINHOS


Procurei aquela luz pelos caminhos,
Voando perseverante no espaço,
Sentindo sensações e muito carinho,
Mas jamais visualizando o fracasso.

Entendi a linguagem dos pássaros,
As sensações a me dominarem,
Muita saudade dos que me são caros,
E os sentimentos a transbordarem.

Percorri os limites da imaginação,
Andei de permeio com as emoções,
Compreendi toda a minha atração,
E encontrei-me em inúmeras reações.

Deparei-me com aquela paixão,
Lutei e reneguei tal sentimento,
E em mim repercutia só vibração,
Na intensidade desses momentos.

Quando por fim alcancei as estrelas,
Senti que delas me distanciava,
Compartilhei de estranhas sequelas
E meu corpo pela terra já ansiava.

Revigorei-me procurando aterrissagem,

Mas não encontrava o meu universo,
Queria novamente iniciar a decolagem
E deixar-me levar no caminho inverso.

Aspirava tudo e na verdade nada queria,

Pensava nos sonhos mais absurdos,
O que perto de mim estava eu nem via,
Mas desejava trilhar estranhos caminhos.
Vania Moreira Diniz

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O brilho que surge a cada ano



Novembro, o mês que antecede à data mais comemorada do ano, polêmico pela própria essência entrou gloriosamente e já começamos a refletir em tudo que se passou.

Parece que o sol é mais luminoso e quente, as árvores frondosas dão a impressão de estarem vigorosas e emplumadas e o céu intensamente azul nos chama atenção. Ao mesmo tempo as crianças e famílias pobres trazem a tristeza não liberta de uma impotência que tira em parte o brilho do momento.

Tivemos todos nós acontecimentos tristes ou notícias vibrantes, contrastes que nos fizeram atônitos e ao mesmo tempo, incofessavelmente fascinados por esse mistério dentro do qual sentimos cada minuto desejando que ele se perpetue.

Já nem sei qual o momento mais alegre, sinto apenas que a primavera resolveu me brindar com sensações maravilhosas, compensadoras como segredar que o ano de 2011 valeu a pena pelo imprevisto, realização e felicidade que surgiu ainda mais firme e inesperado. Experimentando as emanações dessa estação misteriosa, sinto que o ideal de levar e divulgar o brilho de tantos talentos nos leva a continuar e seguir o caminho mesmo em épocas difíceis e incompreensíveis.

Como é bom sentir corações batendo uníssonos aqui dentro do Portal Vânia Diniz, enunciando o editorial que nos faz mais unidos, deixando nossos links nítidos e prontos para serem usados e divulgando textos, sites e páginas com um cuidado detalhista e com que ternura estamos todos juntos em cada linha que deixamos marcadas ali.

Isso aconteceu todas as semanas desse ano. Parece um trabalho simples, mas na verdade é a expressão de um amor e de intenso carinho, a certeza de vê-los divulgados na arte e na literatura, e isso nos transborda o peito de orgulho e felicidade.

Ali estão inseridos projetos de pessoas que cantam suas inspirações, representam ou compõem, lutam por ideais e se sacrificam no dia a dia por um mundo melhor e além de tudo notícias de utilidade pública que podem contribuir para o bem estar de todos nós. E por isso continuamos, sem interrupção, orgulhando-nos de todos os amigos unidos, em cooperação absoluta com o movimento do universo.

E agora novembro nos permite um retrospecto, lembranças que marcaram o ano de 2011 e sonhos para o um novo ano que esperamos seja ainda mais colorido.

Sofremos perdas de pessoas que partiram, vimos outras sofrerem e continuamos a lamentar vários acontecimentos dolorosos em nosso país. Mas tivemos dias de felicidade intensa, realizações e nesse mesmo momento sentimos antecipadamente a luz aquecida do sol de dezembro.

Atravessamos no mesmo ritmo muitos sonhos tendo a cumplicidade de todos os nossos leitores, artistas e escritores amigos que admiramos e enaltecemos.

Somos assim, seres humanos fascinados pelo que “há de vir” envolvidos sempre em maiores conquistas e admirando o brilho que surge a cada ano.
Vânia Moreira Diniz

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MINHAS MÃOS


Transformo minhas mãos em dádivas,
Ocultando o que afaguei em silêncio,
Libertando-me do calor que transformou
Em brasas o que já dorme em minha alma.

Sinto nelas o poder intenso da carícia,
Que nas pontas dos dedos  escorre,
No sangue a latejar quente e célere,
Desenhando a escultura imaginada.

Minhas mãos que ritmadas desenham,
A imagem estranha que me transformou,
Em artista a elaborar fantasiosas miragens,
Já voam em busca da objetiva essência.

Encontro em seu toque o deleitoso prazer,
Tantas vezes em sensualidade transformado,
E a carícia simbolizada em energias,
Elabora na natureza seu poder de criação.

Minhas mãos encontram  a fortaleza,
No simples tato doce e poderoso,
Evocando  o vôo dos belos pássaros,
A procurarem no espaço  a liberdade.

 Vânia Moreira Diniz      

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Quero Viver


Quero esquecer do mundo o egoísmo,

Regozijar-me com qualquer alegria,

Gozar de todas as maneiras a felicidade,

Contemplando a beleza em total plenitude

E encontrar nos sentimentos a harmonia.

Quero poder trocar olhares de carinho,

Contemplar nas crianças  a meiguice,

Saber perdoar nas piores crises,

E entender minhas culpas silenciosas.

Quero olhar à minha volta com doçura,

Usufruir a vida em cada ínfimo instante,

Sentindo toda a esperança que  puder,

Nos acontecimentos pueris ou admiráveis.

Quero curtir as horas de irrefreada paixão,

Entendendo a suave linguagem do amor

E galgando sem entrave ilimitado prazer.

Quero, viver, amar, sofrer e soerguer-me,

Compreender a razão de todas as coisas,

Encontrar o rumo nas longas caminhadas

E poder encarar com fé a estrada pedregosa.

Quero entender a soberania do universo,

Render-me à energia que se desprende,

De cada criação da natureza gigantesca,

E respeitar o poder imenso do Criador.

Quero sentir fascínio e  deslumbramento,

Ter instantes de incontrolável sentimento,

Fazer da vitória uma glória suportável

E gozar sempre as sensações humanas.

                           Vânia Moreira Diniz

sábado, 29 de outubro de 2011

Como é bom ter amigos...


     Aos meus amigos

È bom viver, amar, sentir , ter amigos,
Enxergar o sol e aquecer meu corpo,
Reconhecer o mundo girar e me envolver,
Abraçar  a todas as pessoas, ser feliz!


É bom entender das ânsias  do coração,
Saber domá-las firme e sem sofrimento,
Ouvir nossos semelhantes a nos confidenciar,
E saber calar para escutar o som de suas vozes.


È bom voar por entre nossas esperanças,
Realizar sonhos, escalar alegrias esquecidas,
E caminhar a contemplar as montanhas,
Companheiras imutáveis das fantasias!


É bom poder fazer as coisas mais simples,
Escrever , transmitir, compor, realizar,
Entender em consciência a felicidade,
Ouvir as palavras amigas, enternecida!


È bom cantar, girar, cadenciada,
No ritmo que nos transporta docemente,
È bom estar com vocês, estar com vocês é bom...
Como é bom sentir vocês ao meu lado...

 Vânia Moreira Diniz

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

VIVER É UMA ARTE

Cada dia me parece completamente diferente um do outro, mesmo que façamos exatamente a mesma coisa. Aquela sensação de ser um dia único me persegue continuamente desde que eu era muito pequena. Todos os dias ao abrir os olhos tenho uma sensação de vida e curiosidade. E me pergunto: Quem sou? Quem sou realmente? E o que estarei fazendo por aqui? Vem de mim um sentimento que me parece sempre desconhecido, mas que tem a mesma origem: Muita ternura pelo  que se passa à minha volta.
   
 Tudo que aprendi desde sempre, como estarmos nos aperfeiçoando e cumprindo uma missão, era pouco no simbolismo que o despertar diário se me apresentava interiormente. E continuamente corria para realizar tudo que achasse importante. Nada podia esperar.

      
Hoje sinto isso da mesma forma contundente, mas estranhamente agradável. Como se viver fosse uma arte que eu precisasse aperfeiçoar. Nos pequenos detalhes, nos ínfimos gestos e nas palavras há um tempo espontâneas e cuidadosas.


Erguendo-me lentamente nessas horas primeiras da manhã em que o espírito dá uma a caminhada habitual trazendo para fora expectativas e lembrando sonhos e devaneios noturnos, tento explicar que espécie de efeito exótico é esse que me domina. Talvez seja a consciência de que meus passos continuam e que a vida aí está, cheia de encanto e ternura e com sentimentos deliciosamente incompreendidos.

Talvez seja a certeza da esperança e a influência da natureza cuja energia contagia ou a convicção de que momentos tristes sempre serão compensadores um dia. E principalmente talvez seja a própria vida que nos transmite essa emoção indescritível que nos faz vivê-la sem, contudo poder explicá-la em seu aspecto maior.


Viver é uma arte prazerosa como, aliás, o são todas as formas de expressão artística e devemos exercê-la com profundidade, sentindo sua beleza totalmente indescritível.


Apreciar a natureza, ouvir o canto dos pássaros, poder ser aquecida pelo sol, iluminada pela luz das estrelas, amar, sentir cada sensação que se nos apresenta e poder englobar isso tudo em sentimentos verdadeiros e preciosos é realmente algo que não podemos compreender tal o fascínio que encerra.

Ao levantar-me pela manhã fico sempre pensando o que será e de que forma encararei cada momento daquele dia. E aquela sensação desconhecida a que me referi é intensa. Intensa e cheia de expectativa agradecendo ao Senhor do Universo mais um dia anunciado.


 Recordo então um mundo transbordante sem ter necessariamente idéia das surpresas que aparecerão em meu caminho. E deixo-me arrastar, meio tonta, procurando delirantemente a lucidez, da qual poderei precisar mesmo encarando com certo deslumbramento consciente e preventivo o dia a dia inesperado.


Sei que nunca estaremos preparados para as aflições e tristezas, mas essas terão que ser sobrepujadas com a força do tempo que nos ensinará o caminho certo. E que amadurecerão nosso espírito por vezes infantil e ainda frágil. Compreendo nesse momento que o processo de verdadeiro amadurecimento já chegou e que preciso deixar frutos preciosos para as  gerações subseqüentes.


Sobrevivo apreciando a arte de viver em cada pequeno gesto compensador de procura e encontro, no desejo de saborear os pequenos acontecimentos e de tirar disso a sua essência mais saborosa. 


                                            

                                       Vânia Moreira Diniz

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Caminhar de Outubro


Outubro passa levando com ela tantas datas queridas e especiais como o e de Nossa Senhora da Aparecida, Padroeira do Brasil,  dia do Mestre, do médico, das bruxas ,do professor, do poeta.E nesse caminhar a Primavera desabrocha e sentimos o aroma das flores e observamos o brilho do céu, o canto dos pássaros, a beleza do sol cada vez mais iluminado, que nos deixam extasiados.
No dia 21 desse mês, há muitos anos, eu nasci, e agradeço a Deus privilégio que me faz lembrar de meus pais com mais profundidade  e um misto de saudade, emoção e fatos que se cruzam em minha memória com uma nitidez impressionante. Hoje é meu aniversário e isso não me dá tristeza pelos anos que se passam,  porém lembra-me que é o dia mais importante de minha própria história.
E a minha vida não teria importância sem as pessoas que me receberam aqui nesse mundo tão cheio  de aclives e declives.
Nesse ano, em minha casa tenho conversado incessantemente com minha irmã que mora no Rio e que veio para comemorar esse dia comigo e com toda a família. Lembramo-nos de nossa mãe que se foi há relativamente pouco tempo e de nosso pai que partiu  antes ainda e ambos nos trazem o aconchego de ternura e os ensinamentos que nunca nos faltou. 
Eles tiveram oito filhos e a casa cheia e barulhenta ainda ecoa em meus ouvidos com uma força extraordinária e revemos detalhes muito nítidos. É impressionante a força de cada minuto em todos os acontecimentos de nossas vidas.
Quando nascemos existe algo que nos impulsiona para a vida e que ao mesmo tempo nos faz chorar convulsivamente pelo oxigênio que se instala em nossos pulmões,  revelando –nos inconscientemente a estrada que teremos que caminhar , já sem o cordão umbilical que nos liga à pessoa que dedicou o amor mais intenso existente no mundo : nossa mãe.
Estou aqui em outubro recordando os dias que se passaram, as pessoas queridas, os exemplos  frutificados em meu coração, as pessoas que encontrei,  as realizações que o maior arquiteto da humanidade permitiu-me realizar, os amigos que  estiveram e que estão até hoje a me rodear mostrando o quanto de  generosidade e amor existem  neste planeta e felizmente entendendo a finitude da vida e a certeza que por isso mesmo devemos curtir cada minuto de  estadia  nesse mundo belíssimo.
Ao mesmo tempo faço uma regressão voluntária e tenho consciência absoluta de tudo que contribuiu para esse amor que carrego em todos os estágios de minha caminhada.
O caminhar de outubro em cada ano que se passa tem me feito agradecer de forma incisiva essa passagem e me orientado para que compreenda em suas múltiplas implicações, cada acontecimento, nunca deixando de apreciar a beleza da natureza e das pessoas.
Outubro para mim, é sol, luz fascinação em seus mistérios mil e me dá a certeza que até o último dia de minha vida compreenderei o que me faz vibrar quando penso o quanto esse mês me encantou tanto nos períodos de minha infância , adolescência e de que forma está me conduzindo na maturidade, ensinando-me o mistério de tentar ser sempre alguém melhor e mais humana. Esse é o meu sonho verdadeiro nessa época em que colho os frutos que plantei e procuro semear com paciência as sementes que continuo a cultivar.
Acima de tudo agradeço a todas as pessoas que passaram e que atualmente estão na minha vida, enriquecendo-a e continuando a me dar exemplos verdadeiros de amor e carinho.
Vânia Moreira Diniz

domingo, 9 de outubro de 2011

Egoísmo, esse fantasma.


     Egoísmo, esse fantasma

           Gostaria de compreender mais o egoísmo. E entender porque somos tanto e tão profundamente apegados a ele. Não poderíamos ser felizes se não fossem as outras pessoas e se fizéssemos um mundo à parte. Acho que morreríamos de tédio, desconforto e tristeza. A vida seria impossível. Entretanto, e mesmo dependendo um dos outros para nos realizarmos no sentido amplo da palavra e “viver” em sua expressão literal, somos dominados pelo amor desmedido a nós mesmos.

          Analisando friamente essa sensação poderosa, gigante e dominadora que é capaz de fazer com que uma pessoa presencie com indiferença o sofrimento ou a desdita de seu semelhante ou não se sensibilize com suas alegrias e vitórias, é realmente incompreensível.  À medida que o tempo passa, a evolução do homem se torna realmente vasta e o conforto mais fácil de alcançar, o egoísmo se acerca como um senhor dominador e indestrutível.

         Hoje as pessoas raramente se reúnem e eu me lembro quando era pequena, o movimento intenso na casa de meus pais sempre com visitas e como havia um congraçamento e intercâmbio de amizade  entre eles. Tinham necessidade de estar com umas com as outras e participar de suas alegrias ou tristezas. Claro que os sentimentos não mudaram e o ser humano é intrinsecamente o mesmo. Houve, entretanto uma diversificação de valores e modo de interpretação.Todos se distanciaram embora sem dúvida os meios de comunicação tenham facilitado outra espécie de aproximação. 

           A luta pela sobrevivência, a dificuldade de emprego, o desenvolvimento das cidades, as estradas  que se abriram promovendo e incrementando o progresso, a tecnologia que substituiu a mão de obra e a disputa das pessoas nessa luta pelo poder, que toma nuances mais assustadoras, intensificou e facilitou o império do egoísmo. Que se estendeu em garras afiadas e provocantes.

           O egoísmo hoje prevalece de uma maneira tão requintada e absorvente, que as pessoas não reparam nem na existência dele e menos ainda que é sua vítima. E que quanto mais vive seu próprio mundo, pensando somente em suas necessidades individuais, mais se distancia da felicidade e da satisfação verdadeira.

            Nas horas solitárias, em que os pensamentos flutuam e que a consciência torna-se presente e não estamos no burburinho nem desfrutando nenhum prazer muitas vezes passageiro, que nos alheia da realidade, poderemos sentir essa insatisfação, na maioria das vezes, fruto do egoísmo.

             Creio que não sabemos mais amar no sentido exato da palavra. A luta pelo poder e pelo dinheiro toma proporções assustadoras, os interesses são puramente egoístas e com isso a miséria aumenta facilitando a prática da violência e exterminando sentimentos nobres e prazerosos.

             Infelizmente o espectro pavoroso do egoísmo nos ronda como um dragão perigoso, e o mais triste é que nos aproximamos a passos largos em direção a um precipício doloroso e letal.
Vânia Moreira Diniz
          

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Montanhas e Planícies



Montanhas e Planícies
Na juventude amei
E com carinho reiterei,
Minha paixão pelas montanhas
Que altas e majestosas,
Impunham-se maravilhosas.
E as planícies tranqüilas
Eu não olhava...
Costumava na distância
Admirar,
Pasmar,
Pensar,
Nos mistérios
Indecifráveis
Das montanhas inescrutáveis.
E as planícies suaves
Eu nem via...
Sonhava galgar,
Escalar
E descortinar,
O mundo de bem alto,
Lá da montanha
Majestosa,
Suntuosa,
Em seu soberbo perfil,
Viril.
E as doces planícies
Eu esquecia...
Arquitetava quimeras
E devaneava
Distante,
Em pensamentos constantes,
Intrigantes
E chocantes.
Sempre
Nas montanhas,
Em suas entranhas.
E as planícies eu nem
Conhecia. Indiferente...
Mas o tempo passou,
Eu já não delineava
O pico elevado,
Tão ressaltado,
Que impressionara
Os dias passados.
Suas proporções gigantescas,
O olhar não conseguia alcançar,
E os sonhos não atingiam o lugar
Que tanto me fascinara,
Encantara
E amara.
Percebi, então, que existiam planícies
Lindas, atraentes,
De beleza veemente,
Que inspiravam poesia e doçura.
Entendi que não conseguia enxergá-las,
Porque sempre olhava para o céu
E altiva,
Inacessível,
Impenetrável.
Não enxergava a terra
Só as serras...
E a planície, tão silenciosa,
Eu comecei a amar,
Gentis e amenas
Tolerantes
E rasteiras.
Vânia Moreira Diniz

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Outubro, mês da Magia

Outubro, Mês da Magia
Outubro chegou há quatro dias quase junto com a primavera e é esse o grande segredo desse mês maravilhoso e que eu amo tanto.

As árvores se tornam mais frondosas, as flores mais lindas em suas tonalidades especiais e a natureza parece que quando a olhamos tira a respiração, tão linda e feiticeira em sua extraordinária magnitude.

Outubro para mim é acima de tudo um estado de espírito e normalmente mergulho em sensações as mais deliciosas e procuro viver intensamente, com as recordações ou o momento presente, curtindo cada acontecimento da vida.

E quando sinto que falam em utopia, sorrio feliz, lamentando que não possam entender esse momento tão extraordinário da minha vida. Prossigo certa que preciso aproveitar como se em qualquer lugar do planeta fosse o paraíso de proporções inatingíveis e ao mesmo tempo tão plausíveis e reais que admiro, cada momento dessa fase de minha vida.

Outubro é o mês das crianças e as sinto tão esfuziantes como se repentinamente pudessem correr livremente pelas ruas de qualquer cidade, libertas, vivendo cada minuto de sua infância e certas que estão protegidas do mal.

Eu nasci em outubro e sinto como se tivesse recebido um presente eterno, que não posso agradecer suficientemente tal a grandeza que sinto nesse mês privilegiado.Talvez por isso parece que tudo que me acontece de bom converge para essa data e realmente quase todos os momentos felizes acabaram se concretizando nele.

Não que os outros meses não tenham importância, todos eles fazem parte do contexto de nossas existências e desse caminhar fantástico que é viver... Mas para mim particularmente Outubro tem a magia dos grandes encantos, dos sonhos realizáveis, dos objetivos duradouros e dessa doçura que faz sonhar com mais intensidade e me convencer da certeza das fantasias coloridas não importando o valor cronológico, todos os anos me encontro nesse estado de espírito.
Nesse mês de outubro de 2011 além de marcar o tempo no dia 21 que é o dia em que vim ao mundo, aspirando o oxigênio salvador, há muitos outros eventos em curso que me deixam sensibilizada na magia de comemorações importantes para minha vida.

Um dia com poucos anos de nascida, já senti o valor intrínseco do amor e da amizade e não por normas definidas, mas porque tantos os acontecimentos tristes como alegres vieram me dizer a importância de cada momento que vivi.E por ser a vida finita essa intensidade é maior e um minuto pode valer uma eternidade.

Hoje quando abri os olhos e ouvi o canto dos pássaros em plena capital, pude me recordar de tantos episódios enquanto apreciava o céu muito azul e o horizonte vasto e lindo que agradeci ao Senhor do Universo a mágica vivência que tem sido minha estrada e fechei os olhos sentindo o mês de outubro que não só me deu a oportunidade de nascer mas me ofertou o presente da primavera e sua beleza e encanto fascinante enquanto comemoro algumas datas gratas ao meu coração e agradeço as pessoas que encontrei nesse paraíso de diversidades infindas e especiais.

Vânia Moreira Diniz

sábado, 1 de outubro de 2011

Outubro

Vânia Moreira Diniz com um mês de vida. Nasceu no dia 21 de outubro.

Há três anos fiz esse texto e como nele está contido tudo que sinto em outubro gosto de publicá-lo nesse mês, principalmente agora no "Ressurgindo" onde prometi deixar marcado, minha vida, esperanças e sonhos passados e presentes.
Outubro
Outubro é o meu mês preferido.Eu nasci nele e sempre me senti à vontade quando o primeiro dia surgia cheio de sol e com uma luminosidade que eu vislumbrava com extrema alegria. Desde criança meu coração ficava feliz, enquanto meu pai me enchia de brinquedos diferentes e extraordinários. E deixava que eu comprasse alguns presentes e comida para que pudesse distribuir  entre crianças pobres na  rua ou no Morro Santa Marta.
           Fui criada num ambiente em que sempre se valorizaram as datas. E eu me sentia esfuziante  quando outubro anunciava sua chegada. Era o sol, a vibração e minha natural espontaneidade, que se mostrava em sorrisos duradouros  e inesquecíveis. E as recordações da infância em que meu pai entrava risonho, os olhos azuis a brilharem e repleto de pacotes a me fazer vibrar.

 Estava sempre contemplando e amando esse horizonte promissor em todos os aspectos. E dando um valor extremo à natureza que se apresentava brilhante e sedutora. Não pensava nem por um minuto nas tristezas impostas porque o brilho era mais forte e mais deslumbrante.

Outubro surgiu e sentindo efusões carinhosas de outros anos abracei-o com a fé anterior, procurando divisar em sua extensão a vida, a beleza e a ternura que ele me proporciona. Senti a fé  que se misturava a sentimentos de esperança e de alegria e procurei fortificar a exuberância que sempre se manifestava em  todos os meses de todos os anos da minha vida.

Fiz então uma regressão solitária, mas profunda sem a ajuda de um terapeuta, mas me reportando às técnicas que sabia. E nasci, ri, chorei, brinquei, fui feliz, amei e me magoei, passei por todos os estágios de sentimentos e sensações as mais diversas e alternadas. Eu me senti enriquecida até nos momentos que as lágrimas desciam abundantes e dolorosas. E me alegrei por pequenos fatos que tornam a vida incomum, colorida e repleta de acontecimentos que nos transtornam. Sonhei e tive pesadelos alternando os momentos em vivências contraditórias, mas igualmente profundas.
         
Esse não era um ano dos mais felizes. Havia na minha família tristezas e dores, consegui interiorizar-me e pedir forças para as horas difíceis que viriam para os momentos de intensa saudade ou aquelas que chamaríamos as pessoas queridas em infrutíferas tentativas de revê-las. Revi essas mesmas pessoas em anos de convívio, amor, ternura e até a inconseqüente de que sempre a teríamos a nosso lado sem o espectro da doença ou da morte.

          Olho para dentro de mim mesma e apesar de tudo me encontro forte. Forte porque pude usufruir a riqueza de suas presenças e de suas vidas a entrelaçar-se com a minha desde que me entendi por gente.
          E por isso bendigo outubro, mês tão querido que me faz reconhecer o quanto foi importante e extraordinariamente enriquecedor a convivência com pessoas tão especiais e me deram o privilégio de estar e aprender seus ensinamentos. A amadurecer. Saber perdoar e sorrir mesmo nos piores momentos.

          Venha outubro, meu querido outubro que  me faz sentir emanações de carinho e de amor infindos, amor universal que atinge a todos num especial sentimento fraterno e duradouro.Outubro que me dá a sensação de suavidade e entende meus ideais, sonhos, e até utopias que são no decorrer de minha vida uma importante fonte de entusiasmo e estímulo.

          Venha outubro e procurarei  olhar o horizonte e me perder em suas nuances de esperança, vitória e beleza inexcedível. E me restaurar na energia que me protege e na extraordinária beleza desse universo fascinante e maravilhoso.

           Venha, outubro... Venha...
Vânia Moreira Diniz

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Manhã Me Entendeu...


A manhã me entendeu,
Veio escura me despertar,
Trazendo raios ocultos de esperança,
Pedindo-me que eu me levantasse,
Crendo como todos os dias,
Na vida ali fora a se desenrolar,
Dizendo-me dos dias que se sucedem,
Falando-me de seus contrastes,
Ensinando-me a crer nos dias mornos,
Implorando-me meu constante sorriso,
Nos momentos os mais diversos.

A manhã me entendeu,
fria e silenciosa me cercando,
Bafejando-me com seu hálito,
Relatando-me segredos,
Altiva e langorosa, ensinando-me,
O encanto das horas descrentes,
Fazendo-me aprender a suportar,
Dores e alegrias com igualdade,
Sendo a companhia mais perfeita,
Nos mistérios que se nos deparam,
Ao longo da caminhada.

A manhã me entendeu,
Meiga e doce a me esperar,
Sem impaciência ou aflições,
Desejando me restaurar,
Falando-me das horas exuberantes,
Do meu riso sem limites,
Das lágrimas incoerentes,
Dos sonhos tão intensos,
Aspiração e devaneios,
Pensamentos eloqüentes,
Entusiasmos desmedidos.

A manhã me entendeu,
Manta aquecida me estendeu,
Revelando a luz radiosa,
Mostrando-me o horizonte,
que eu tanto amava,
O amor que era profundo,
a paixão que me dominava,
Condensando-os num pacote,
Colorido e fascinante,
E depositando em meu coração,
A manhã me entendeu...

 Vânia Moreira Diniz

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PRIMAVERA EM ORGIA

 Foto de Cristina Arraes no Rio de Janeiro

Sinto em meu peito a natureza a se expandir,
Farta,bela, suave no horizonte colorido,
E me detenho em cada espaço de vida e de canção,
Que em orgia festejam delirantes a primavera.

As cores que se multiplicam em arco-íris,
Expressando em nuances a paixão do universo,
Explodindo em orgasmo de beleza a estação,
Que o planeta comemora esplendoroso.

O sol a chamejar em luz diáfana e amarelada,
Iluminando as flores aveludadas do caminho,
O céu azul como um manto diáfano e belo,
E a primavera a eclodir em gritos naturais.

Os corações dos habitantes do planeta em vibração,
fascinados transidos de amor em evolução aconchegante,
A alegria que conduz à namoros e romantismos,
E a paixão a circular intensa liderada pela primavera.

Primavera, rosa, azul, dourado, sol. Luz e estrelas,
Todo um conglomerado das riquezas do universo,
Circulando como um tesouro de brilhos e fulgor,
E a magia transcendendo qualquer eventual tristeza

 Vânia Moreira Diniz

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Árvores Gigantescas


Dia da Árvore - dia 21 de setembro

Árvores que protegem gigantescas,
Obra encerrando segredos de vida
Tão frondosa e dantesca,
Abrigo confortador de crianças
Que crescem à sua sombra protetora.

Contemplo o tronco ramificado e esparso,
A potência de sua estrutura incomensurável,
O verde espesso de suas folhas ásperas,
Contornando o caule torneado
E admiro com fascínio o magnífico vegetal.

Observo o vigor e olho com admiração
Querendo sempre visualizar a fortaleza
Da natureza-mãe que nos proporciona
Tão arrebatador espetáculo.

E confio,
creio sim
Nessa prova evidente de um Deus
Em toda a perfeição e fulgor,
Quando a culminância extrema
Não podemos melhor executar.

Encosto em seu tronco forte
E me sinto revigorada,
Revitalizada,
restaurada pelo poder inerte,
Porém indestrutível.

Árvore que abriga,
Que conforta a quem  necessita,
Aos carentes e debilitados,
Pequenos em crescimento,
Inseguros e esperançosos
Jovens imaturos e felizes
Velhos cheios de sabedoria,
Namorados sequiosos
E altiva se mantém ereta.
               Vânia Moreira Diniz
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