Era uma vez uma menina de Copacabana. Uma carioquinha que se passava por
Clarissa, por Olívia e que queria morar de vez no Sítio do Pica-pau Amarelo.
Era a menina de Copacabana: acesa, tagarela e com anseio maior que o mundo a
desvendar.
Foi em outubro que ela nasceu, libriana do ar,
fazendo a alegria de outros outubros existenciais. Nasceu e cresceu validando
o esplendor solar, dando sentido à lua, às estrelas, à galáxia e à própria
vida de outras pessoas.
Crescendo, imaginava seus sonhos voando pela
Babilônia, pela Pérsia, pelo Egito, nossa, como voava. Adorava as coisas do
Japão e da China. Amava a vida e seus sonhos criados nas páginas dos livros.
Sonhava tudo, sem sequer sair de um lugar qualquer.
Essa menina foi crescendo, ficando taluda,
irrequieta, buscando cada vez mais coisas maiores.
Na descoberta das coisas das gentes grandes,
foi tomando um refinamento, uma alegria e uma felicidade, satisfazendo-se com
o seu quinhão: é só quando damos que recebemos. Mas não, ela queria coisas
ainda maiores. Não as possessões dos adultos, mas aquelas que povoavam sua
infância: "(...) não há nada que nos leve mais profundamente ao encanto
do imaginário do que uma boa leitura". Leitura que pra ela sempre foi, é
e será: vida.
E foi com a leitura assídua e obstinada que se
fez uma mulher franca, honesta, generosa, harmonizada religiosa e
espiritualmente. Ou melhor, parafraseando "Amigo Leal": dedicada,
terna, bondosa e desprendida, mais parece uma irmã, com gestos cheios de
atenção.
Uma mulher de senso aguçado: "Mariana que me fez lembrar com o sorriso
bonito que todos apreciavam um raio de sol a brilhar e aquecer qualquer
ambiente".
Uma mulher cheia de energia e determinação,
disposta a lutar pela vida, aguerrida de enfrentar litígios, contendas e
disputas. Essa era a sua natureza: "(...) O difícil não é vencermos as
batalhas que enfrentamos e nas quais hasteamos uma bandeira de lutas
gloriosas, mas obter isso tudo conservando a mágica de ser mulher".
Essa mulher fez-se solidariedade: "(...) de mãos dadas, sempre, de mãos
dadas".
O seu jeito adorável conseguiu reunir, ao seu
redor, ogros & Apolos, serenos & dionisíacos, deusas plangentes &
artistas reveladas, alegres e sensibilizadas, magistrais e libertadas.
Mulher feita, pronta, bonita e adorada, consegue
que seus braços possam suportar o mundo de seus sonhos e o mundo dos sonhos
dos outros, sustentados pela sua estima. Ela quase sempre é ela própria e os
outros. Às vezes mais outros que ela própria: a magia de ser-se e não. Essa
mulher e suas vozes, seus abraços e sua comunhão.
Aquele ou aquela que teve, tem ou terá o
privilégio de tê-la ao lado, claro, dê graças: não é todo dia que a criação
da vida possibilita o milagre da excelência humana.
A mim, ao mínimo que me cabe de inutilidade,
resta estar sempre grato, disposto e entregue. E mais: com a felicidade de
poder privar da atenção de uma pessoa tão maiúscula e tão sensacional: Vânia
Moreira Diniz.
Se me permite: reitero zilhões de
agradecimentos. E como isso é muito pouco, só posso, então, validar minha
gratidão assim:
Luiz Alberto Machado de Vânia Moreira Diniz
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