Vazio...
Contemplo a minha volta e nada vejo
Não enxergo,
Tudo parece um grande mistério e rezo,
Sem entender os segredos que preservo,
E conservo,
Dentro do
meu coração tão vazio.
Não encontro ressonância e me distancio,
Não acho a real certeza e me afasto,
Não vejo a luz que direciona e me aparto,
Como se nada conhecesse e me arredo.
Sinto a leveza, tento pegar e não consigo,
Pressinto a bondade e me aproximo,
Não alcanço a sua extensão e choro,
E procuro o ideal que já não creio.
As cores não são do extenso universo,
As dores perduram e triste lamento,
A frieza que se esconde no retiro
De ilusões em que me escondo.
Não quero sentir a saudade do encontro,
Das lembranças ocultas atrás do muro,
Do sonho sempre e sempre revivido
E do passado que se foi no escuro.
Só a nostalgia perene eu vislumbro,
Sensação de terna loucura e vazio,
Efusões sepultadas no reencontro,
Coração para sempre machucado.
Ando, e me concentro,
Caminho,
O passo é lento,
inseguro
E encontro o vazio.
Vânia Moreira Diniz