domingo, 17 de julho de 2011

Holanda, meu país sonhado

Quando era pequena sonhava em desbravar o mundo porque na verdade nunca pensei na separação de seres humanos ou diferença apenas porque cada um nascera em lugares diferentes. A Holanda para mim era um país exoticamente lindo e meus devaneios paravam sempre lá. Nos dias de festa de carnaval gostava muito de pedir aos meus pais para me vestirem de holandesa com o tamanquinho que eu adorava e sair pelas ruas do Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana mostrando a magnífica indumentária que eu usava com um carinho faceiro. Chorava muitas vezes porque não queria tirar a roupa à noite.
E então pedia a meu avô que me falasse desse país europeu que eu tanto admirava.  Em muitos sonhos via casas maravilhosas que naturalmente eu não sabia se eram exatamente ao estilo da Holanda, mas o que me importava é ter a sensação que eu transitava por ali.
Muitas vezes em meio às suas descrições me imaginava em museus em Amsterdã, a cidade colorida e maravilhosa que eu tive em meu pensamento até hoje. Imagino Amsterdã e também toda a Holanda um país liberal em que o povo pode transitar livremente, ter suas opções de vida e que palavra liberdade é levada à risca.  Esse país me encanta não pela beleza e cores que eu reputo como um horizonte promissor, mas pelo seu modo de encarar a vida e sentir a existência extremamente mais fascinante.
A cidade de Amsterdã é atravessada por mais de 100 canais e existem sempre barcaças atracadas e pessoas ali permanentemente. A bicicleta é muito usada até mesmo por pessoas mais velhas e a cidade permanentemente tem um aspecto de beleza, alegria e intenso turismo. Claro que como toda cidade tem suas regras, mas o que me seduz quando penso na Holanda fora os sonhos intensos que envolviam minha infância é o ar generoso de independência que faz com que o país e as cidades, principalmente Amsterdã primem por um ar de felicidade delirante.
Isso sem contar com os museus, cores embriagadoras, as histórias que se contam e a beleza de Amsterdã, artistas e músicos esparsos pela cidade, bancas de flores onde a tulipa, flor nacional tem o seu cultivo constante e especial. Estátuas e esculturas espalhadas com os artistas de rua e que dão um ar característico.
Os holandeses são tão liberais que as famílias passeiam em zonas de prostituição com  tranqüilidade observando e admirando o exótico ambiente  e isso faz de Amsterdã uma cidade com o mínimo de preconceitos e extraordinariamente livre de opressões e  cuja principal característica é a liberdade.
E retrocedo aos meus dias de infância quando me vestia de holandesa, chapeuzinho na cabeça, tamanco de madeira coloridos nos pés com o formato que me encantava e me sentia a própria holandezinha brasileira deslumbrada  com as cores e a história desse extraordinário país que eu amo sem conhecer mas que povoa meus sonhos e pensamentos.

Vânia Moreira Diniz

3 comentários:

  1. Que lindo, mana! Realmente, para mim, a Holanda é um país em que principalmente a liberdade acontece, como você mesmo diz. Quem sabe, um dia chegamos lá, né? Quem sabe o povo brasileiro também vai compreender quão importante é esta autonomia de cada um, quem sabe as lei vão ser feitas também para quem é minoria. A forma como você descreve, desperta no coração a vontade de conhecer este país. Beijo grande. Cris

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  2. Eliana Faro Valença19 de julho de 2011 às 12:25

    Vâninha Amiga querida...Que imaginação fértil!

    Uma delícia ler esse teu texto... Amo ler-ouvir histórias e sonhos

    sobre outros países, e você escreveu de um jeito tão leve e gostoso

    que fiquei aqui a vislumbrar essa menininha linda e sonhadora toda holandesa..risos...(eu gostava de me vestir de índia no carnaval)

    Teu blog Ressurgindo está Maravilhoso Poeta Ternurinha!

    Também admiro muito Holanda por essa liberdade...

    Um amigo meu se aventurou por lá "Amsterdã", e ficou encantado

    com tudo...Confirmando que são bem liberais mesmo
    beijinhos com Amor e Admiração da Li feliz em te ler

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  3. Virgínia Fulber Além Mar20 de julho de 2011 às 10:52

    Querida que beleza de crônica instrutiva, afinal conhecemos e procuremos conhecer com detalhes o que amamos... Meus avós maternos vieram da Holanda, trouxeram consigo a paixão pela navegação incorporada por meu pai, mtivo pelo qual velejamos mto.
    Também adoro a liberdade dos holandeses, democráticos acolheram o filósofo B. Espinosa...Fiquei mto. feliz e viajei com tuas lembranças. Grata Vaninha!
    afetuoso abraço, virgínia fulber NHamburgo, RS Br

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