terça-feira, 27 de março de 2012

Teatro

O teatro é a forma de expressão mais perfeita em que o ator expressa a fala do personagem com toda a sua carga de energia., sentimento, de emoção.

No teatro eu me realizava não só indo a peças maravilhosas em que sentia e vivia por cada um dos atores como também recebendo a avalanche emocional que vinha do autor com a intensidade de um furacão.

Desde muito pequena comecei a exercitar e amava subir ao palco e encenar  o personagem que me destinavam, nada mais fascinante do que representar  outra pessoa com sentimentos diferentes e personalidade variada. E me vestia com a capa de alguém que amava, sofria, raciocinava e agia de maneira  às vezes e em sua maioria inusitada para mim.

Tudo ali me seduzia a ponto de na temporada que eu encenava, sentir  a personagem que eu estava vivendo assim como acontece quando escrevo um livro. Só que escrever é um ato solitário mas intenso e fantástico, enquanto o teatro as luzes ou penumbras, as pessoas que compunham a platéia, o diretor e os outros atores, o diálogo , tudo me fazia explodir em emoção interna a ponto de parecer que eu não era eu mesma. Realmente me transportava inteiramente.

Bem pequenina começou minha alucinação pelo palco como havia acontecido pela escrita. E na minha ignorância infantil imaginava que ninguém saberia transmitir o que o autor escrevia com a mesma força e expressão do que ele mesmo, trazendo na hora certa as inflexões mais enfáticas.

Na verdade acho que quando declamo meu próprio verso ele retorna o que senti na hora que o escrevi, interpretando minha alma e o sentimento que transbordava no momento que o fiz.

         E por isso, além de tudo  que o teatro sempre representou em  luzes, brilho , talento, delírio dos assistentes vibrantes e empolgados, aplausos entusiasmados, ele interpreta a expressão dos autores e a manifestação que  metamorfoseia nosso ser individual.

Quando aos 12 anos fui convidada para encenar uma peça num teatro profissional e meus pais me proibiram terminantemente, por um minuto minha alma morreu naquele sonho que consumira tantos dias do meu viver. Já tinha ensaiado a peça sem eles saberem e meu coração ruiu por tê-los enganado e por cair por terra tanta esperança, vibração e alegrias acumuladas.

Alguns anos mais tarde fiz um a temporada no teatro Ginástico português  mas tantas eram as obrigações que eu tinham em volta, embora com apenas dezesseis anos que não pude me dedicar inteiramente ao teatro.

O Teatro, no entanto é um desafio que trago dentro de mim  enclausurado mas pronto a explodir na hora exata . Um desafio que faz parte da minha missão e não poderei sair daqui, voar para outras galáxias ou abandonar essa parte da viagem sem executá-la, e ao final, olhos fechados ouvir a música final  que faz parte do sonho que realizarei absorvida nessa fascinação  que sempre me envolveu..
Vânia Moreira Diniz

3 comentários:

  1. Vânia M. Diniz em mais um texto exemplar, vale conferir, parabéns Escritora e Poetisa imortal e benaventurada amiga Vaninha.

    abraços de admiração e carinho tua vica - virgínia fulber(vicamf) além mar

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  2. Amiga,

    está aí a explicação para seu lirismo!!!!
    Beijo

    Vania Serra

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  3. Vânia querida
    Ao seu belo texto sobre o teatro, respondo com meu singelo esforço de poetar - um texto guardado há muito, talvez por medo, não sei. Bjos Maizé

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