Adoro pequenas coisas nem muito valiosas, mas que constituem para mim um fetiche. Como escritora, mesmo que desconhecida, gosto de passar para o computador (como passava antes para o papel) minhas trivialidades que até agora ficaram só comigo, mas que hoje pretendo expor como direito de qualquer pessoa que escreve.
Ontem, entrando numa importadora com muitos objetos nacionais interessantes dei com uma caneca e minha velha mania acirrou o desejo de comprá-la.
Quando meu marido está me acompanhando nessas ocasiões ele tem a máxima paciência de esperar mesmo porque já sabe que não sairei sem comprá-la.
Para que vocês entendam gosto de tomar água o dia inteiro enquanto trabalho com uma caneca ao lado do computador. Só não pode ser sempre a mesma. Quando ponho os olhos em outra diferente compro-a logo e peço à minha boa secretária que a prepare para mim. E um dia volto novamente para as que deixei encostadas em outra época. Na verdade só fico encantada quando elas me conduzem ao pensamento as recordações que ficaram marcada sindelevelmente. Algo especial que não sei explicar.
Na verdade só esse tipo de coisas me induz a ser volúvel, porque sou absolutamente “fiel” na minha vida. No caso das canecas tenho centenas delas e quando vi essa ontem em várias cores e com uma tampa de rosca lembrei-me de quando era bem pequena quando minha mãe comprou uma parecida para levar na dita “lancheira” tão elegante onde era colocado meu lanche.
Gostava de comprar as comidas apetitosas do colégio, mas a “medida provisória” decretada por minha mãe era que mesmo assim nós levássemos os lanches de casa. “Eram mais saudáveis”. Isso não impedia as guloseimas depois.
Voltando à caneca habituei-me a tomar sempre em canecas escolhidas por mim tudo que fosse líquido. Desde os vinhos, ponches até os caldos quentes nas noites de inverno e água o dia inteiro.
Nunca esquecerei da primeira vez que minha mãe comprou uma caneca que muitas crianças daquela época deveriam ter que fechavam completamente formando uma roda, tão sofisticadas mas que as freiras do colégio me impediram de oferecer a uma menina que era órfã, cuidada por elas e essa foi uma das decepções de minha vida. Proporcional à minha idade.
Chorei muito, mas recordo sempre esse acontecimento e acho que foi assim como lembrança da minha infância, que jamais esqueci esse momento da minha vida e até hoje sou apaixonada por canecas as mais diversas.
Trivialidade muito importante que projeta um filme em minha cabeça e o encanto natural de certas fases de nossa trajetória.
Desculpem o tema tão trivial, mas muitos outros estarão aqui no meu blog “Ressurgindo”, que será uma fiel testemunho de minha vida.
Vânia Moreira Diniz
Vânia Moreira Diniz
Adorei!!! Que boa lembrança para escrever. E tão sua esta mania! Eu mesma, quando não tenho idéia do que lhe presentear, recorro a uma bonita caneca, Mas também gosto, mesmo porque tenho a mesma mania de beber água o dia inteiro. Só que ultimamente, minha mania está sendo garrafas térmicas. Atualmente estou usando uma de cor grená com o escudo do Fluminense. É linda e muita prática. Mas estes pequenos supérfluos, nós temos a quem puxar, né? Nossos pais, até nisto, nos deixaram um pouquinho deles. Beijão mana e curta bem a nova caneca.
ResponderExcluirTrivial, mas super-interessante porque contado por você. Também eu tenho manias parecidas. Depois lhe conto
ResponderExcluirBjo, querida Vãnia
Maizé( Maria José Lindgren)
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