quarta-feira, 1 de junho de 2011

E o Depois? Por Vânia Moreira Diniz

                                                                                                                       
                                                                                 
Pensar é algo impressionante. De visão em visão animada pelo movimento como um filme, nos detemos nas coisas mais ínfimas  e sabemos  que se não quisermos ninguém penetrará esse  mundo íntimo e maravilhoso.
 Dessas imagens surgiu-me uma pergunta: Como será tudo depois da morte? Como nos movimentaremos nesse ritmo que faz de nossos dias algo inesperado? 
                      Imagino um espaço enorme e vazio, impressionantemente cheio de paz, encoberto pela beleza etérea e incompreendida e, no entanto incrivelmente presente. Muitas vezes imaginei-me em sonhos, mesmo acordada, estar nas nuvens e conseguir permanecer naquele denso e flutuante cinza que vemos daqui de nosso planeta, sentindo inefável bem-estar tão profundo, que parecia mesmo flutuar.
                     Toda a vida então apareceria à nossa frente com uma precisão impressionante e o discernimento nos faria ver nossos atos e sentimentos em seus mínimos detalhes. Algo insondável e misterioso! Mas tudo isso são apenas deduções e a imaginação que se desdobra com toda a força de sua potencialidade.
                      A verdade é que não sabemos o depois. E isso é que gera a insegurança e por que não dizer o medo do desconhecido. Mas estive pensando longamente sobre esse mistério e cheguei à conclusão que tudo em nossa vida foi desconhecido e soubemos enfrentar  com galhardia e certa despreocupação.
                       Aproveito então para fazer uma fantasia e imaginar um jardim lindo com flores diferentes em estilos, cores e aromas, deixando que o sol, nosso conhecido e amigo brilhe e aqueça nossos corpos, um silêncio enriquecedor a contornar tudo isso e a presença de pessoas que se foram e nós amamos.
                      Imaginei minha mãe chegando suavemente sendo recebida pelo meu pai, o espírito animado como sempre, aqueles olhos azuis, enormes e profundos que o caracterizaram e o sentimento profundo que os unira. Acerquei-me então deles e já não existiam lembranças que pudessem nos separar, ficamos ali juntos e felizes durante longo tempo enquanto eu absorvia a natureza etérea e pura que me fazia respirar docemente.
                      Não existia espaço nem limite, mas algo que eu nunca poderia imaginar. Como se tudo fosse ligado e transcendental. Como se nada pudesse mais me atingir em termos de sofrimento e matéria, mas perdurava uma insegurança quanto ao lugar que eu ficaria. Ou se seria apenas uma passagem para que fosse conhecendo as diferenças mesmo ilimitadas. Naturalmente, porém naquele momento não pensava nisso ou tinha qualquer dúvida. Só depois que saíra daquele lugar é que consegui localizá-lo. Prosseguia em minha exploração silenciosa.
                      Era tudo tão magnífico e diferente, as sensações que emanavam tão positivas que eu me perguntava se estaria certa. Não queria pensar naquele instante. Desejava só sentir, mesmo que ilusório, como seria “o depois”.

Um comentário:

  1. Mana, tomara que seja assim. Eu também penso muito nisto, no depois, mas sei lá... me dá um certo medinho, rs.... vou fica com este texto seu para quando a fé balançar. bjs Cris

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